ANA MARIA COSTA
O meu nome é Ana Costa. Nasci em Viseu, dias antes daquela que ficou conhecida como a Revolução dos Cravos. Cresci no centro da cidade, numa rua estreita. Conhecia todos os vizinhos, tratava pelo nome os donos da mercearia, da padaria, da loja de móveis, da loja de eletrodomésticos… Recordo as longas noites de verão, em que era permitido brincar até mais tarde, enquanto os adultos se sentavam nas escadas de pedra à conversa, aproveitando para descansar e apanhar o ar fresco. O verão trazia a falta de água que obrigava a ir mais vezes à fonte, de cântaro ou garrafão, enfrentando as filas de espera. A escola era fonte de amizades, palco para brincadeiras e inspiração para escrever. Adorava os dias de redação ao ar livre, quando a professora nos levava para o exterior da escola e nos punha a observar o céu em redor ou a fixar uma árvore ou uma casa antiga. Tantas histórias escritas com zelo, deixando a imaginação voar.
Sempre fora boa aluna e sonhava ser professora, só não sabia bem de quê. A entrada no secundário, obrigou-me a decidir e o coração bateu mais forte pelo português. Licenciei-me em Línguas e Literaturas Modernas – Variante Estudos Portugueses e Franceses, na Faculdade de Letras da universidade de Coimbra e comecei de imediato a lecionar. Ensinar, para mim, sempre foi sinónimo de despertar as mentes dos mais jovens para se encontrarem a si próprios e depois assistir ao maravilhoso que é ver o desenvolvimento de uma mesma semente em terras distintas.
2020 marcou a vida de todos, a mim conduziu-me ao reencontro com a escrita. Uma formação online foi o primeiro passo da caminhada que me trouxe até ao momento em que escrevo estas palavras. Seguiram-se várias com a minha mentora de escrita Analita Santos. Foi um tempo para aprender mais, ler, escrever, corrigir, melhorar, soltar a criatividade, insistir para descobrir a voz que dentro de mim queria sair para o mundo. 2021 foi o ano de começar a colher os frutos e vi o meu conto “Uma ponte para o passado” ser publicado na coletânea “Não vão os lobos voltar”, participei em algumas antologias de poesia e publiquei o meu primeiro livro juvenil “Mergulhos na maré vazia”. Ainda neste ano, surgiu a revista literária PALAVRAR – Ler e escrever é resistir, para a qual colaboro como colonista e revisora.
Em 2022, comecei a dinamizar Oficinas de Escrita Criativa nas escolas e, alimentando o desejo de escrever para crianças, vi o meu conto infantil “Foi o melhor dia da minha vida” publicado na coletânea “Contos que contas tu”.
2022 é ainda o ano de colocar a escrita ao serviço de uma causa. O livro infantil “Nocas Larocas” visa angariar fundos para uma menina com necessidades especiais poder viver experiências novas e ter atividades que lhe permitam desenvolver-se mais. Com ele dinamizo o SHOW NOCAS LAROCAS que, além de promover a leitura e a educação inclusiva, sensibiliza para a diferença. Como comecei a aprender música em 2021, quando escrevi o livro incluí uma canção que é parte fundamental deste espetáclo infantil. Foi uma nova descoberta, pois nunca tinha pensado em cantar e representar para os mais pequenos e tem sido uma experiência maravilhosa.
Porque um escritor é, em primeiro lugar, leitor, pertenço ao Clube de Leitura o Prazer da escrita, com a curadoria de Analita Santos e David Roque e faço parte do Clube dos Writers da responsabilidade de Analita Santos.
Gosto da natureza, adoro fazer caminhadas rodeada de cores e perfumes. Deixo-me deslumbrar com a perfeição de uma flor ou outro detalhe que procuro captar através da fotografia.
Revista PALAVRAR - ler e escrever é resistir
Caracterizada pela diversidade de rubricas e assuntos, a PALAVRAR — Ler e escrever é resistir partilha crónicas, contos, histórias infantis, poesia de autores desconhecidos, a par de crónicas ou artigos de opinião de vozes conhecidas no panorama literário nacional. Participo como nova voz que se quer afirmar e faço parte da equipa de revisão/ edição de textos. De periodicidade semestral, pode ser lida aqui:
Meditação ativa:
Chi Kung
Descobri esta prática milenar que me ajuda a encontrar o equilíbrio físico, mental e espiritual há cerca de dez anos. Em casa, quando passeio na natureza, em aulas individuais ou de grupo, esta prática marca presença no meu dia a dia.
Música
A música sempre fez parte de mim, companheira fiel, sobretudo, nas solitárias viagens de carro. Quis aprender a tocar teclado e isso levou-me a entrar na Tuna InMusic de Viseu, onde canto e toco bombo. Agora, estou também a aprender a tocar ukulele.